Nesta terça-feira (4), o Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos fez um ato no check-in da LATAM para alertar os passageiros sobre os riscos na segurança de voo da companhia. Também foi feita a distribuição de um boletim (leia abaixo) sobre a precarização nas aeronaves e os ataques da empresa contra os trabalhadores.
O Sindigru denunciou a companhia para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Ministério Público do Trabalho (MPT), Secretaria de Aviação Civil (SAC) – Ministério da Infraestrutura – ao CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e ao GRU Airport por conta dos riscos na operação de manutenção de aeronaves, pátio e pista (rampa em geral) da empresa.
Em documento, o Sindicato alertou a ANAC sobre os inúmeros acidentes e incidentes vitimando trabalhadores ocorridos na pista do aeroporto de GRU em virtude do despreparo e falta de eficiência da Orbital Auxiliar de Transporte Aéreo, empresa terceirizada contratada pela LATAM, após a demissão sumária de cerca de 1000 trabalhadores.
Mesmo sendo concreto o risco, não só para os trabalhadores, mas também para os passageiros da companhia, a ANAC respondeu solicitando que o Sindicato procurasse a Justiça do Trabalho.
Em outro ofício, o Sindicato também cobrou o GRU Airport, que orientou que procurasse as empresas envolvidas. O Sindigru entende que a Concessionária não foi transparente dentro de sua competência de fiscalizar e apurar os fatos ocorridos. A Administradora do Aeroporto tem sua parcela de responsabilidade.
Por fim, após a demissão de dezenas de pessoas do check-in da LATAM, por justa causa, sem ter provas cabíveis que comprovassem a veracidade dos fatos, foi protocolada uma petição ao MPT (2.02.000.602119/2019-54) para investigar a empresa aérea. Leia abaixo a gravidade dos fatos nos locais de trabalho:
Precarização nas aeronaves
1 – Os mecânicos da LATAM estão trabalhando sob pressão. Eles estão passando por sérias dificuldades no ambiente de trabalho por causa da pressão das chefias e da gerência de manutenção. Esse assédio moral tem causado afastamento por depressão, ansiedade, entre outros, transtornos psicológicos.
2- Os equipamentos auxiliares necessários para execução do serviço estão sucateados e em péssimas condições de funcionamento. Um exemplo da gravidade da situação foi a Aeronave PR-XTI que saiu do GRU Airport com destino a Nova Iorque, cujo painel estava preso apenas com 6 parafusos sendo que o correto são 119 parafusos, podendo provocar alto risco de acidentes.
3 – Em manobra realizada no ambiente de trabalho (fotos acima) por parte da terceirizada houve uma colisão entre as aeronaves da LATAM com voos destinados a Miami e Barcelona.
Ganância da LATAM pelo lucro precariza trabalho e coloca em risco segurança de voo
A LATAM efetuou substituição de parte dos Despachantes Operacionais Terrestres (DOT), também conhecido como Orange Cap (na Gol) e Blue Cap (na Azul) por terceirizados, comprometendo a qualidade e a segurança de voo.
Os DOTs precisam fazer vários cursos para estarem aptos para função, no entanto, investir em treinamento adequado não é o foco das empresas terceirizadas.
Check-in aterrorizado pela empresa
Outro episódio lamentável praticado pela LATAM foram as demissões por justa causa de trabalhadores do atendimento ao cliente/check-in, em março. O Sindigru exigiu transparência da empresa para entender como foi a “suposta” investigação que alegou fraude na emissão de passagens e mesmo diante da falta de provas, a empresa manteve a decisão de categorizar as demissões por justa causa. O Sindicato entrou com pedido de liminar e denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Muitos trabalhadores que procuraram o Sindigru ficaram em estado de choque. Eles foram coagidos de forma perversa, pressionados a assinarem um documento de demissão por justa causa, sem provas. Todos se sentiram humilhados com a abordagem da LATAM.
Além disso, os trabalhadores que foram afastados por conta de problemas psicológicos sequer tiveram atenção da empresa. Isso é extremamente grave e desumano.
Fiscalização e investigação já!
Diante da gravidade dos fatos, o Sindigru cobra providências das autoridades competentes com a máxima urgência e exige fiscalização da ANAC, investigação do Ministério Público do Trabalho e o fornecimento de relatório do GRU Airport sobre os acidentes/incidentes ocorridos no Aeroporto em 2019.
A sobrecarga de trabalho, física e psicológica põe em risco a saúde de trabalhadores de todas as áreas, do pessoal de check-in, raio X, carregamento de bagagens, despacho, pista além da equipe da tripulação.
Além disso, a falta de segurança no trabalho também gera problemas para a segurança de voo, comprometendo a vida e a saúde dos trabalhadores e usuários do transporte aéreo.
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