O Ministério Público do Trabalho (MPT), o Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru) e a empresa aérea Latam realizaram, na terça-feira (2), uma audiência de mediação para debater as demissões arbitrárias e desumanas realizadas pela empresa no Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU Airport), ocorridas no dia 21 de março.
A audiência solicitada pelo Sindigru teve o objetivo de relatar as condutas inadequadas da Latam, que efetuou as demissões nos setores de check-in e atendimento, por justa causa, e não apresentou provas contundentes sobre as supostas fraudes que a empresa alegou que os trabalhadores estavam fazendo no sistema de emissão de passagens. (entenda o caso abaixo).
O Sindicato também denunciou ao MPT as práticas de terrorismo psicológico na hora dos desligamentos. Durante a audiência, a Latam se opôs a apresentar as provas que justificassem as demissões, mesmo com a insistência do Sindigru e dos trabalhadores demitidos.
A pedido do Sindicato, os representantes da Latam se comprometeram em reavaliar cada demissão e respondê-las no prazo de 10 dias. “A atuação forte do Sindigru na luta pela defesa dos direitos e pela reintegração aos postos de trabalho foi fundamental para que a Latam reavaliasse seu posicionamento”, frisa Direção.
Entenda o caso
No dia 21 de março, o Sindigru recebeu uma grave denúncia de que os trabalhadores dos setores de atendimento e check-in no Aeroporto foram surpreendidos com demissões de forma arbitrária e desumana pela LATAM.
Segundo o Sindicato, a empresa demitiu vários funcionários e funcionárias por justa causa, alegando que eles teriam praticado fraude na emissão de passagens, ou seja, teriam alterado o destino das passagens de alguns clientes, sem prévia autorização.
Na opinião do Sindigru, as supostas fraudes podem estar atreladas a falhas no novo sistema de emissão de passagens, que foi implementado pela LATAM há cerca de oito meses. "Os trabalhadores não tiveram treinamento adequado para operá-lo e o sistema anterior não há registros de fraudes desse tipo", informa o Sindicato.
O Sindicato exigiu transparência da empresa para entender como foi a “suposta” investigação que alegou fraude na emissão de passagens. A entidade alerta também que doenças ocupacionais poderão ocorrer por conta da crueldade da empresa.
“Muitos trabalhadores que nos procuraram ficaram em estado de choque. Eles foram coagidos de forma perversa, pressionados a assinar um documento de demissão por justa causa, sem provas. A palavra que definiu o sentimento deles é humilhação. Isso é extremamente grave e desumano”, enfatiza a direção do Sindigru.
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