Movimentos sindical e sociais realizaram um protesto na tarde de terça-feira (13), no centro de São Paulo, para entregar ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) o Prêmio Falta D'Água. A atividade foi promovida pelo Coletivo de Luta pela Água e pelo Fórum dos Movimentos Sociais, com apoio da CUT São Paulo.
A manifestação foi um contraponto à premiação entregue no mesmo dia ao governador estadual, "agraciado" em Brasília com o Prêmio Lúcio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação 2015, na categoria Personalidades. Alckmin foi indicado à Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados por seu colega de partido, o deputado federal João Paulo Papa, mas não foi receber a estatueta pessoalmente – em seu lugar, o governador enviou o secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga.
Sem água e sem escolas
Para o professor Douglas Izzo, presidente da CUT/SP, o governo estadual potencializa políticas desastrosas na gestão dos recursos hídricos, no atendimento à saúde e na educação.
"O que eles chamam de reorganização é, na verdade, desorganização. Prova disso são as manifestações espontâneas dos estudantes em todo o estado paulista". Segundo o sindicalista, os movimentos sociais e sindicatos filiados à CUT têm dado o tom das manifestações, "organizando o povo de São Paulo para denunciar esse desgoverno estadual que não consegue dar respostas concretas para nenhum dos problemas do nosso estado", critica.
Blindagem midiática
O deputado estadual Marcos Martins (PT-SP) alertou para a blindagem midiática que encobre os problemas da gestão estadual. "Temos que acreditar na realidade – está faltando água para milhares de pessoas e, quem sente essa falta na pele, não pode acreditar que esse problema mereça ser premiado. A população precisa ir acordando, abrindo os olhos porque não é possível acreditar em Papai Noel e cegonha", afirma.
Gabriel Gonçalves, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), apontou a contradição entre o governo que fez da Sabesp uma empresa com faturamento anual de R$ 2 bilhões e, ao mesmo tempo, que terceiriza e precariza as condições de trabalho na companhia.
"Também é mesmo governo que fecha escolas rurais e que apoia o capital especulativo do setor imobiliário. É uma gestão que vai transformar a água em mercadoria e isso todos nós sabemos", finaliza.
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