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SP: Mulheres exigem fim da violência

Cerca de 8 mil manifestantes ocuparam a Paulista no Dia Internacional da Mulher, 8 de março.

Mais de oito mil manifestantes partiram da Avenida Paulista e seguiram em marcha até a Praça Roosevelt, no centro da cidade de São Paulo no Dia Internacional da Mulher, 8 de março.
Durante o trajeto, algumas vestiam preto e carregavam cartazes com a foto e o nome de mulheres que foram assassinadas em 2013. Outras, transformaram panelas e latas em instrumento de luta e protesto. Algumas, ao invés de vestir, resolveram tirar a blusa e escrever frases no corpo para cobrar o mesmo direito que os homens têm em dias de calor, sem que isso represente um convite à violência.

Papel da marcha e do Estado
Para a diretora Executiva da CUT, Rosana de Deus, a marcha serve para que as mulheres apresentem suas reivindicações à sociedade. “Essa forma de organização é que faz com que o 8 de março seja uma Dia de Luta. Nele, nós mulheres vamos às ruas para fazer o debate com a população”, ressaltou.
Secretária Nacional da CUT, Rosane Silva, destacou o papel que o Estado teve na última década para a autonomia das mulheres. “O Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) têm em sua maioria bolsistas mulheres e isso demonstra como as políticas públicas podem ajudar na luta pela igualdade, apesar de termos muito ainda a avançar. Porque hoje já somos maioria no mercado de trabalho, mas ainda recebemos menos para realizar as mesmas funções”, destacou.
Rosane também apontou que as mulheres cutistas defendem a Copa do Mundo no país, mas alertou para a necessidade de o evento não deixar um rastro negativo. “Não somos contra a Copa, mas não queremos que milhões venham ao Brasil para utilizar nosso corpo, seja por meio da prostituição ou da utilização do trabalho precarizado e temporário. Cobramos que nossa vida e corpos sejam respeitados”, explicou.

Fim da violência
Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, Sonia Auxiliadora, é preciso maior investimento em políticas públicas de trabalho e renda. “Os governos em todas as esferas devem criar programas que permitam que as mulheres tenham autonomia e consigam romper com o ciclo da violência doméstica que se manifesta de diferentes formas”, disse.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a violência doméstica é a que mais atinge as mulheres de 15 a 44 anos no mundo.
Sonia critica a ausência do estado paulista, na gestão do PSDB, que sequer criou uma secretaria específica para tratar de políticas específicas para as mulheres.

Reforma política
Outra bandeira defendida pelas mulheres foi o Plebiscito Popular pela defesa de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, construído em conjunto com outros movimentos e centrais sindicais. Essa proposta, entre outras questões, aponta para uma democracia com maior presença das mulheres na política, que hoje ocupam apenas 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. “Não temos dúvida que uma mudança estrutural se dará com maior participação das trabalhadoras no parlamento e em outros espaços de poder”, afirmou Sonia Auxiliadora.

Redação com CUT São Paulo

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