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Estudos comprovam que o aumento do salário mínimo melhora o emprego e o consumo

As informações são da pesquisa feita por economistas da Universidade de Massashussets, nos EUA.

Divulgação

O tema do desemprego preocupa todo mundo. Por isso,  o trabalho do economista da Universidade de Massashussets, Arindrajit Dube,  ganhou relevância. Dube dedica-se há mais de 20 anos a pesquisar o tema do emprego em diferentes regiões dos Estados Unidos e pôde demonstrar que o aumento do salário mínimo não só é bom para o emprego como também para o consumo. 


No ano de 2010, Dube publicou o documento “Efeitos do salário mínimo entre os estados” (em tradução livre), junto com William Lester, da Universidade de Carolina do Norte, Chapel Hill, e Michael Reich da Universidade de Califórnia, Berkeley.

Os ajustes “por baixo” realizados ao salário nos Estados Unidos durante as últimas décadas levaram o salário mínimo federal a 7,25 dólares a hora, 25% a menos do que era em 1968, como mostra o gráfico com que Aridrajit Dube ilustra o seu artigo no New York Times, “The Minimun We Can Do” (“O Mínimo que Podemos Fazer”). Se o salário só tivesse sido reajustado pela inflação e a produtividade, hoje seria de 23 dólares a hora, três vezes o valor atual. Se nos anos 60 o salário mínimo representava 47 por cento da média salarial dos Estados Unidos, hoje está reduzido a 37 por cento. Por isso o governo do presidente Obama procura elevar o salário mínimo para 10,10 dólares a hora e indexá-lo ao índice da inflação. Num recente discurso, Obama destacou os perigos econômicos e políticos da crescente desigualdade de rendimentos. Como era de esperar, os opositores do aumento do salário mínimo usaram de imediato o habitual estribilho defendido pelos economistas da corrente dominante: um aumento do salário mínimo só dará lugar a mais desemprego, especialmente entre os trabalhadores pouco qualificados.

Aumenta a produtividade
A investigação de Dube, Lester, Hill e Reich indicou que, apesar de um aumento de 10 por cento no salário mínimo implicar inicialmente maiores custos à empresa, estes mais tarde são compensados pela diminuição da rotação laboral (rotação no emprego) e o aumento da produtividade que ocorre devido à permanência laboral. Os trabalhadores que ganham o salário mínimo geralmente são do setor de serviços (principalmente fast food) e a rotação laboral produz atendimento de má qualidade que pode melhorar se o trabalhador se estabilizar no emprego. Uma melhor qualidade do atendimento pode também fidelizar o cliente e com isto a empresa recupera o aumento dos custos.
Por outro lado, um aumento gradual no salário mínimo não necessariamente afeta os preços de maneira significativa. A nível macroeconômico, um aumento de 10 por cento no salário mínimo associa-se a uma subida de menos de meio ponto percentual no nível geral de preços, de acordo com o trabalho de Jared Berstein, que desmente as hipóteses convencionais que afirmam que um aumento do salário mínimo provoca a espiral inflacionária.
O tema do salário mínimo é também abordado pelos economistas David Card e Alan B. Cruger, que realizaram uma meticulosa investigação e a recompilaram no seu livro “Myth and Measurement: The New Economics of the Minimun Wage” (“Mito e Mensuração: A Nova Economia do Salário Mínimo”), onde também desafiam a visão convencional de que os salários mínimos mais altos reduzem postos de trabalhos para os trabalhadores de baixos salários. Tal como o trabalho de Arindrajit Dube, o de Card e Cruger não se baseia em sofisticados modelos matemáticos, mas sim em pôr a teoria no mundo real, mostrando como o salário mínimo tem um impacto na distribuição geral dos salários, na desigualdade e na geração de pobreza.

Reduz a pobreza
Outro crença dos economistas convencionais é que a maioria dos trabalhadores com salário mínimo são adolescentes, mas este relatório de David Cooper e Dão Essrow indica que 88 por cento dos trabalhadores têm uma idade média de 35 anos, com 55% a trabalhando em período integral, com um salário de 15.080 dólares anuais, 19% abaixo do limiar da pobreza para uma família de três pessoas. Muitas famílias que dependem destes trabalhos exercem-no em locais de fast food e requerem programas de assistência pública a um custo de 7.000 milhões de dólares anuais. Nestes casos, o aumento do salário mínimo é uma ferramenta poderosa para reduzir a pobreza.
Mas não é apenas a pobreza o ponto relevante destas análises. O aumento do rendimento das pessoas mais vulneráveis ajuda a estimular a despesa e o consumo em momentos em que a procura continua deprimida, impedindo uma recuperação sólida que fortaleça a recuperação de emprego. Por isso que, contra todas as advertências e slogans da economia ortodoxa, um aumento do salário mínimo permitiria melhorar o nível de emprego e não piorá-lo. Os trabalhadores de baixos salários destinam todo o seu rendimento ao consumo, portanto um aumento do seu salário tem um impacto direto na procura e o consumo, e portanto no emprego. Aumentar o salário mínimo é uma ferramenta de política que pode ajudar a sair da crise. Só falta que chegue a ouvidos da troika.

Comunicação do Sindigru com informações do site Esquerda.net  

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