Notícias

O Sindicato quer saber: Esse Gol é contra ou a favor dos trabalhadores?

Esta é a Gol Linhas Aéreas (VRG) segundo sua missão e visão: Uma empresa que aproxima pessoas com segurança e inteligência. A melhor companhia aérea para viajar, trabalhar e investir.


Esta é a Gol vista pelos trabalhadores e os seus problemas: No discurso inicial a empresa ilude seus funcionários com blefes sobre plano de carreira que não existe de fato, pois a cada dia a Gol extingue mais cargos, como os de Agente de Aeroporto e Despachante Técnico II de Base.

O Plano de Participação nos Resultados (PPR) não é pago há anos. Só falta o trabalhador ter que contribuir, do próprio bolso, para reduzir os prejuízos causados pelos erros na administração da empresa. As metas do PPR são sempre inatingíveis para que o plano não seja pago aos funcionários. A empresa está sempre no prejuízo, mas mesmo assim anuncia investimentos vultosos em patrimônio, como a compra de aeronaves, ou de empresas (Varig e Webjet). 

O manual de conduta da Gol é abusivo, impedindo que haja um bom relacionamento entre os trabalhadores e um clima harmonioso nos setores. A empresa aplica punições e suspensões sem motivo justo, há inúmeros casos de assédio moral e as intimidações são constantes. A melhor companhia aérea para trabalhar é, na verdade, uma empresa que aterroriza seus trabalhadores.

Até mesmo trabalhadores que não possuem cargo de chefia mas que se sentem como chefes estão humilhando seus colegas de trabalho.

As demissões são feitas sem planejamento. Não fosse assim, a Gol não teria que cancelar folgas para ‘tapar o buraco’ deixado por quem saiu. Isso gera um enorme desgaste entre os aeroviários, desmotiva os que ficam e onera a folha de pagamento, gerando muitas horas extras. Há diversas funções criadas por erros administrativo do departamento de RH.

Contratar com salários mais baixos não é uma política de Recursos Humanos séria. Estamos falando de profissionais que necessitam de qualificação e treinamento, que atuam numa área que exige constante controle de segurança. Qual o ganho que fica para os acionistas da Gol se não há ganho na produção? E o custo das ações trabalhistas?

Um exemplo hilário aconteceu no mês passado. A Gol, com seu ‘novo projeto interno’ está ‘promovendo’ sem aumentar a remuneração. Ela está mudando os funcionários da função DT1 (responsável pela coordenação do carregamento e descarregamento de bagagens) para a função Orange Cap (que irá coordenar a nova equipe de DT1). Só que não há mais DT1, pois a Gol mudou o nome da função para Auxiliar de Rampa. A ‘nova’ função tem as mesmas responsabilidades do DT1, mas um salário muito menor. Ou seja, a Gol extinguiu a função DT1, passou a tarefa para os Auxiliares de Rampa e os que eram DT1 viraram Orange Cap para coordenar os auxiliares, além de realizar muitas outras tarefas de responsabilidade. Foi uma verdadeira engenharia para impor mais obrigações e pagar menores salários. Hilário, não?

Alguns DT1 que não quiseram participar da ‘seleção’ para essa nova função foram demitidos. Outros foram obrigados a permanecer, mesmo insatisfeitos.

Veja o que quer dizer promoção: elevação da graduação, posto ou cargo superior, com as vantagens inerentes ao cargo. Foi isso o que ocorreu? De fato ocorreu uma promoção, mas só no aumento de responsabilidade e serviço, pois o salário permaneceu o mesmo.

Quando quiser demitir, a Gol deve, pela CCT, consultar seus funcionários para ver quem quer sair. Ela consulta, recebe as informações, mas depois demite os que queriam ficar. Os que ficaram mas queriam ser demitidos ouviram desculpas do tipo “o Sindicato vai cair matando em cima da gente, pois o aviso prévio de vocês cairá justo no período do dissídio”. Esses trabalhadores acreditam que, provavelmente, serão demitidos em dezembro, após a data-base. Sua situação mostra a Gol na vida real: é só no slogan que a companhia ‘usa sua inteligência’ naquilo que faz.

O Sindigru ressalta que é preciso que os funcionários da Gol reconheçam que pertencem a uma mesma classe, a um mesmo grupo de trabalhadores: os aeroviários. É preciso mostrar à sociedade, aos passageiros, que empresa é a Gol de fato. E não permitir que essa exploração continue: “não podemos nos conformar”.

O Sindicato está encaminhando todas as denúncias dos trabalhadores aos órgãos competentes e cobrando mudanças da Gol. A entidade conta com o apoio dos aeroviários nessa luta. 

Adicionar Comentários

Clique aqui para publicar o seu comentário

Precisa de ajuda?