Os dirigentes sindicais ficaram frustrados com a posição do sindicato patronal. “Nos sentimos enganados. Nós adiamos uma reunião que seria realizada em 19 de outubro, a pedido das empresas, para que elas tivessem tempo para apresentar sua proposta aqui na mesa e elas não cumpriram com o seu compromisso”, ressaltou Orisson Melo, presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos.
Para Celso Klafke, presidente da Fentac/CUT e do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, as empresas estão mais uma vez retardando a discussão. “Isso é uma provocação, uma forma de enrolar os sindicatos. Eles estão com a pauta dos trabalhadores desde o dia 15 de setembro e já se passaram 42 dias desde então”, criticou Klafke.
A diretora sindical Graziella Baggio, do Sindicato Nacional dos Aeronautas, considera um desrespeito das empresas demorar tanto tempo para iniciar o processo negocial com aeronautas e aeroviários.
Além de não apresentarem proposta, as empresas negaram-se a discutir a criação do piso de operador de equipamentos, reivindicada pelos aeroviários. O SNEA alegou que essa função não existe nas empresas, mas os sindicatos contestam essa afirmação e lembram que no ano passado o sindicato patronal chegou até a fazer uma contraproposta do valor desse piso, mas como ela ficou abaixo do praticado no mercado, os trabalhadores decidiram levar a discussão para a campanha deste ano.
Apenas uma das reivindicações dos itens sociais da pauta dos trabalhadores foi aceita pelas empresas: a garantia de direitos iguais para casais de mesmo sexo. A conquista foi comemorada e permitirá que uniões estáveis tenham os mesmos direitos sociais, como o plano de saúde, independente da opção sexual dos casais.
As empresas, no entanto, também negaram-se a discutir mudanças na cesta básica, a redução da jornada sem redução de salários, a ampliação da licença maternidade e as diárias internacionais em dólar ou euro.
O SNEA prometeu apresentar a contraproposta das empresas na próxima rodada, agendada para o dia 3 de novembro, no Rio de Janeiro. “Vamos ter que esperar mais uma semana por uma posição e sabemos que isso dificulta as chances de firmar a renovação da CCT na data-base, em 1º de dezembro”, disse Celso Klafke. “Vamos torcer por maior agilidade daqui para a frente e esperamos uma postura mais responsável das empresas com os seus trabalhadores”, concluiu.
Adicionar Comentários