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Aeronautas e aeroviários protestam nos aeroportos nesta terça-feira

Os trabalhadores das companhias aéreas (tripulantes e funcionários em terra) realizam protesto nesta terça-feira (23/11), nos principais aeroportos do país.  Fotos do ato em Congonhas/S. Paulo

Pela manhã, houve ato em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte. Em Brasília (DF), o protesto começou às 8 horas, no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, e continua até às 18 horas. À tarde, haverá ato em Porto Alegre (RS), no Aeroporto Salgado Filho, às 17 horas, e em Fortaleza (CE), no Aeroporto Internacional Pinto Martins, às 15 horas. 

O objetivo dos trabalhadores é pressionar as companhias para que apresentem uma proposta de reajuste de salários. Os sindicatos cutistas entregaram a pauta de reivindicações em setembro deste ano. A data-base de aeronautas e aeroviários é 1º de dezembro.

Todavia, passados quase dois meses da entrega da pauta, as companhias não se pronunciaram sobre o índice. A única proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), até o momento, foi o adiamento da data-base para 1º de abril de 2011. Os sindicatos de trabalhadores já rechaçaram essa proposta e estão conclamando os funcionários das empresas a mobilizarem-se para uma greve no setor, caso as negociações não avancem.

As manifestações são organizadas pelos cinco sindicatos cutistas do setor: Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sindicato Nacional dos Aeroviários, sindicatos dos aeroviários de Pernambuco, Guarulhos e Porto Alegre. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) coordena a campanha salarial unificada de aeronautas e aeroviários.

A FNTTA e os sindicatos ligados à Força Sindical também participam, dentre eles o Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo.

Duas novas reuniões com o SNEA estão previstas para os dias 24 de novembro e 1º de dezembro. "A greve é iminente caso as discussões entre trabalhadores e empresas continuem paralisadas", afirmam os sindicalistas.

Aeronautas e aeroviários lutam por reajuste de 15%

Os trabalhadores aeroviários e aeronautas lutam por reajuste salarial de 15%, aumento dos pisos e vale-refeição em cerca de 30%. Apesar da discussão se dar em relação aos itens econômicos da Convenção Coletiva das categorias, os sindicatos também buscam um compromisso das empresas pelo fim do assédio moral e da sobrecarga de trabalho, que tem resultado em descumprimento da regulamentação profissional e alteração constante de escalas.

Empresas como a Gol e a Webjet já viveram este ano incidentes relacionados à falta de tripulantes, devido à sobrecarga de trabalho e a imposição de jornadas no limite da regulamentação dos aeronautas. O problema atinge também os aeroviários e coloca em risco a segurança de voo e de Trabalho.

Os sindicatos de trabalhadores defendem que as empresas nunca lucraram tanto e que este é o momento de garantirem melhores condições de trabalho e salários para os funcionários. As empresas, no entanto, ao invés de dividir os lucros, propõe participação nos resultados muito aquém do esperado pelos funcionários (que recentemente rejeitaram em quase todo o país o PPR da TAM e da Gol/VRG) e sobrecarregam os trabalhadores, expondo-os ao erro, obrigando-os a realizar horas extras (que muitas vezes não são pagas), ampliando as doenças ocupacionais e os riscos de acidentes no local de trabalho e de voo.

Aposentados da Varig participam dos protestos

Os aposentados e pensionistas da Varig e de outras companhias, como Vasp e Transbrasil, que estão a quase cinco anos com seus planos de previdência junto ao Aerus e Aeros sob intervenção do governo federal, também participam dos atos.

Eles estão recebendo apenas 8% do valor de suas pensões e aposentadorias e farão parte dos protestos em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, para denunciar sua situação à população e pedir apoio à causa.

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