Os funcionários da Gol chegaram a iniciar mobilização por greve em agosto, mas decidiram esperar o resultado da mediação do Ministério Público do Trabalho em São Paulo, em prol da solução de diversos problemas, em especial a sobrecarga de trabalho. Como ao longo das três audiências no MPT-SP trabalhadores e empresa não chegaram a um acordo, os aeroviários decidiram iniciar a operação padrão antes do feriado.
Hoje, segundo dados da Infraero, a companhia já soma 85 voos atrasados e onze cancelamentos.
Em todo o país, até às 17 horas, dos 739 voos da Gol previstos para hoje, 262 sofreram atraso e 14 foram cancelados.
No aeroporto de Cumbica, até às 17 horas, dos 155 voos previstos para o dia, 60 sofreram atrasos e quatro foram cancelados, incluindo as demais companhias.
A operação padrão não impede o andamento das operações na Gol/VRG. Diferente de uma greve, neste tipo de movimento o que acontece não é a paralisação dos funcionários, mas a realização de todos os procedimentos respeitando todos os limites impostos pela legislação e regulamentação profissional, o que impede a aceleração de procedimentos para atender a demanda com maior agilidade.
Com o movimento, os trabalhadores querem demonstrar à companhia que não irão mais sujeitar-se à sobrecarga de trabalho, excesso de jornada e pressão das chefias para realizar as tarefas com rapidez, colocando em risco a segurança do Trabalho e a segurança de voo.
Os problemas vividos pelos funcionários da Gol vieram à tona no final de julho deste ano, quando a empresa cheogu a responder por 70% dos atrasos nos voos no país. O problema ocorreu devido ao excesso de horas de voo dos tripulantes e à falta de funcionários para atender a demanda da companhia. A Gol alegou falhas na implantação de um novo sistema de escalas e levou alguns dias para normalizar a situação.
Os aeroviários denunciam alterações constantes nas escalas, nas folgas e dobra de jornada. Também relatam que a forma como vem ocorrendo o balanceamento de aeronaves induz a erros que podem colocar em risco a segurança de voo. As entidades apresentaram um e-mail da chefia da manutenção da empresa no aeroporto de Confins (MG), que “ensina” a maneira correta de dividir as horas extras no sistema para maquiar a dobra de jornada. A Gol disse que o documento reflete atitude de um funcionário que já foi punido. Os sindicatos de trabalhadores contestaram, afirmando que o chefe continua trabalhando e fazendo as mesmas exigências.
Diante do fim das negociações no MPT-SP, sem acordo, os sindicatos cutistas de aeroviários enviaram ofício ao órgão solicitando o envio do caso à Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília, para investigar as denúncias dos trabalhadores.
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