Para muitos analistas e a imprensa internacional, a fusão é, na verdade, uma compra disfarçada para atender a legislação brasileira, que limita o capital estrangeiro nas companhias aéreas nacionais em 20%. A agência de notícias Bloomberg anunciou, por exemplo, que a LAN “aceitou comprar a TAM em uma transação de 3,7 bilhões de dólares”.
Para a Fentac/CUT, o momento é de cautela, até que o memorando seja acessível aos trabalhadores. O negócio depende de análise dos acionistas de ambas as companhias, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo as empresas, o negócio trará novas oportunidades para a carreira dos funcionários, contratações e rotas.
A sinergia da LATAM pode complicar a concorrência com as demais companhias nacionais, especialmente nos voos internacionais. Contudo, amplia as chances da TAM diante de um cenário de céus abertos.
Política antissindical é marca da LAN
Em 26 de agosto, dirigentes da Fentac/CUT e dos sindicatos cutistas participaram de reunião com sindicalistas argentinos e chilenos e diretores da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), para debater a fusão da TAM com a LAN.
Os sindicalistas estrangeiros relataram a postura extremamente antissindical da LAN, que destaca-se pela capacidade de desmontar as organizações sindicais que representam seus funcionários e precarizar as condições de trabalho. Eles também revelaram que a estratégia de ampliação da empresa tem sido comprar companhias em outros países, para então fechá-las e abrir uma nova empresa com o nome LAN.
A ITF têm um grupo chamado Projeto LAN criado justamente para combater a política antissindical da companhia. Em outubro, os sindicatos brasileiros participarão da reunião do grupo, que será realizada na Argentina. As entidades também preparam uma carta aberta em defesa dos direitos dos trabalhadores.
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