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Sindigru denuncia Latam por efetuar 40 demissões arbitrárias e acusar sem provas trabalhadores de fraude

Sindicato e os funcionários demitidos injustamente farão ato nesta segunda-feira (25), a partir das 9h, no Aeroporto, exigindo a readmissão dos trabalhadores. Sindigru já acionou o MPT

O clima nos bastidores da empresa aérea Latam, considerada a maior do país, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport) está tenso. 

O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru) recebeu uma grave denúncia de que os trabalhadores dos setores de atendimento e check-in no Aeroporto foram surpreendidos com demissões de forma arbitrária e desumana pela LATAM.

Segundo o Sindicato, a empresa demitiu de uma vez só 40 funcionários e funcionárias na quinta-feira (21) por justa causa, alegando que eles teriam praticado fraude na emissão de passagens, ou seja, teriam alterado o destino das passagens de alguns clientes, sem prévia autorização. Há rumores dentro da empresa de que o número de demitidos poderá ser ainda maior. 

Para o diretor do Sindigru, Vitor Castro, essa acusação da Latam é infundada. “Os trabalhadores do check-in sequer têm acesso a troca de destino das passagens, mas sim, o supervisor, que não foi demitido”, conta.  

Outro ponto que Vitor destaca é que os funcionários do atendimento ao passageiro conseguem apenas alterar o horário e a data da passagem, mas não o destino.  

Na opinião do Sindicato, as supostas fraudes podem estar atreladas a falhas no novo sistema de emissão de passagens, que foi implementado pela LATAM há cerca de oito meses. 

"Os trabalhadores não tiveram treinamento adequado para operá-lo e o sistema anterior não há registros de fraudes desse tipo", informa o dirigente.

Demissões sem provas

“Me acusaram de roubo! Fiquei em choque, cheguei a me ajoelhar para a supervisora e disse: tenho um filho de 5 anos, em nome de meu filho, jamais faria isso”, disse uma funcionária chorando em áudio enviado ao Sindicato.

Outra trabalhadora demitida disse que recebeu uma ligação do Check-in e foi convocada para uma “entrevista de segurança”. 

Ao chegar foi surpreendida por acusações de roubo. Ela pediu as provas, mas os representantes da empresa disseram que era “informação sigilosa”. A funcionária informa que foi coagida a assinar o documento de demissão por justa causa, mas se recusou e procurou ajuda do Sindigru.

“Muitos trabalhadores ficaram em estado de choque com as acusações infundadas da LATAM, que sequer apresentou provas concretas da suposta fraude”, reforça o Sindicato.  

Para o Sindicato, a empresa está praticando terrorismo psicológico com os trabalhadores. "É preciso fazer uma inspeção rigorosa no sistema antes de acusar pais e mães de família, que jamais iriam alterar destinos das passagens sem autorização. A troco de que eles fariam isso?”, frisa diretor. 

Protesto nesta segunda-feira (25) e MPT

O Sindigru e os trabalhadores demitidos da Latam irão realizar nesta segunda-feira, a partir das 9h, um protesto no GRU Airport contra as demissões arbitrárias e exigir a readmissão desses trabalhadores.  

A mobilização acontecerá em frente à Subsede do Sindicato, no Aeroporto, entre os terminais 1 e 2.   O Sindigru já entrou com pedido de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT) e terá uma reunião com o jurídico da LATAM no dia 2 de abril. 

O Sindicato está dando todo o suporte para os trabalhadores e trabalhadoras e têm orientado aos demais para que não assinem nenhum documento sob pressão.

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