Representantes dos trabalhadores na aviação civil e das empresas aéreas realizaram nesta terça-feira (30), em São Paulo, a segunda reunião bimestral, prevista em cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O encontro tem o objetivo de debater demandas específicas das categorias, que possam ser incluídas nas CCTs.
Para a FENTAC/CUT, a reunião “ficou muito a desejar” e frustrou as expectativas dos trabalhadores, que esperavam uma mudança de postura da nova gestão do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), o sindicato patronal.
“A marca que o SNEA nos propôs na primeira reunião, em março, de que nas gestões anteriores as reuniões eram improdutivas e que isso iria mudar, para nós essa impressão continua. Apresentamos, com antecedência de 10 dias, conforme combinamos, a nossa pauta e as empresas aéreas só colocaram empecilhos. Não tivemos avanços”, pondera o presidente da Federação, o aeronauta Sergio Dias.
Reivindicações
A FENTAC e os sindicatos dos aeroviários de Guarulhos, Recife, Porto Alegre e os de base Nacional dos Aeroviários e Aeronautas apresentaram pautas específicas. As categorias propuseram a melhoria e a inclusão de cláusulas nas Convenções Coletivas de Trabalho que garantam uma condição mais humana nos locais de trabalho.
No caso dos aeroviários, foi abordada a saúde do trabalhador. O pleito é que as empresas aéreas subsidiem em 100% o valor dos medicamentos receitados em decorrência de acidentes de trabalho ou doenças oriundas no local de trabalho.
Outra reivindicação é o fornecimento de um auxílio maquiagem – hoje os manuais de apresentação pessoal das empresas aéreas exigem o uso. Os trabalhadores querem que as empresas arquem com esse custo, que é pago pela trabalhadora, ou deixe de ser uma obrigatoriedade, não acarretando nenhum tipo de punição, como acontece hoje.
Também há outra queixa sobre o atraso no fornecimento de uniformes, fato que desrespeita a cláusula 45 da CCT. A criação de campanhas de conscientização para combater quaisquer tipos de discriminações ou assédio moral e sexual também foi outra bandeira abordada pelos aeroviários.
“A bancada patronal não avançou nesses pontos, lamentavelmente. Com relação ao fornecimento medicamentos, foi categórica: se negou a discutir, alegando elevação de custos. Para nós isso é uma falta de sensibilidade”, frisa Dias.
Sobre a questão da saúde do trabalhador, o diretor de Comunicação da FENTAC e presidente do Sindigru, Rodrigo Maciel, explicou que essa posição do SNEA transcreve o que tem acontecido diariamente nas bases. “Hoje todas as empresas têm dificuldades em ter um técnico de segurança no local de trabalho, e isso é um sério problema. É por isso que o trabalhador tem que preencher seu próprio CAT (comunicação de acidente de trabalho)”, explica.
Próxima reunião
A terceira reunião bimestral entre a FENTAC e o SNEA está agendada para o dia 18 de julho, na sede da entidade patronal, em São Paulo.
Os representantes dos trabalhadores solicitaram à bancada patronal que sejam encaminhados os estudos dos pleitos das categorias antes da realização dessa reunião.
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