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Trabalhadores em transportes aprovam Plano de Mobilização e Paralisação Nacional para barrar retirada de direitos

Em reunião´da CNTTL, realizada em Brasília, participaram dirigentes de todos os modais de transporte do país

Lideranças de sindicatos e federações dos modais de transporte rodoviário/condutores, aéreo (aeroviários e aeroportuários), metroviário, viário (agente de trânsito) e portuário de todo Brasil aprovaram em reunião da CNTTL/CUT, realizada na terça-feira (21) em Brasília, um Plano Nacional de Mobilização e Paralisação do ramo. No setor aéreo, participaram os presidentes do Sindigru, Rodrigo Maciel, e do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Luiz Pará. 

Os sindicalistas definiram esse encaminhamento após avaliarem o balanço das greves e protestos do dia 15 de março, convocado pela CUT, centrais e movimentos sociais. 

Para os sindicalistas, a paralisação no sistema de transporte público coletivo (metrô e ônibus) foi estratégica para o resultado positivo dessa mobilização nacional, que chamou atenção da população sobre o fim da aposentadoria pública e dos direitos trabalhistas no Brasil, caso o governo ilegítimo de Temer aprove as reformas da previdência e trabalhista, além do projeto da terceirização sem limites no Congresso Nacional.

O presidente da CNTTL, Paulo João Estausia, o Paulinho da CUT, disse que os trabalhadores estão mais conscientes do que está em jogo, porque observaram que não se tratavam de paralisações e mobilizações com interesse político, mas para garantir a manutenção de seus direitos.

“Eles perceberam esse ameaça e agora estão mais mobilizados. Embora a imprensa oficial não mostre essa realidade, estamos vencendo essa etapas, por meio de nossos meios de comunicação sindical alternativos”, explica. 

Reformas trabalhista e terceirização 

A reforma trabalhista e o projeto da terceirização sem limites são ainda mais nefastos porque aumentarão a precarização no trabalho e o sub-emprego. “Os sindicatos terão muito mais dificuldades para fiscalizar  e os trabalhadores perderão nos salários, que serão rebaixados  e também os seus direitos, que foram conquistados há tantas décadas com muita luta. Tudo pode acabar com uma ‘simples’ canetada do Congresso  Nacional”, salienta.

Greve no transporte

Na reunião nacional da CNTTL/CUT, os dirigentes do ramo dos transportes definiram que vão decretar paralisações em todos os atos convocados pela CUT e pelos movimentos sociais em todo o país, que agora contarão com a participação do setor aéreo, envolvendo os aeroportos de Brasília e Guarulhos.

“Também propomos uma reunião com as CUTs estaduais para aprofundarmos um plano estratégico de mobilização que reúna o nosso ramo dos transportes com demais categorias estratégicas, como por exemplo os vigilantes, para qualificar a luta”, destaca Paulinho.

O presidente da CNTTL também disse as paralisações no setor de transportes, considerado essencial de prestação de serviço, respeitarão à Lei de Greve, que assegura esse direito constitucional ao trabalhador.   A Lei determina o mínimo de 30% no atendimento e comunicação prévia. 

“É melhor perder um dia de trabalho, do que a vida inteira. O setor de  transportes será novamente protagonista”, frisa Paulinho.

Liminares abusivas 

Os sindicalistas também falaram da enxurrada de liminares da Justiça – conhecidas como  interditos proibitórios — que determinaram multas absurdas e milionárias contra os sindicatos que mobilizaram a greve das categorias, que aconteceu de forma parcial nas capitais no dia 15 de março.

 “Os ataques não foram só do judiciário, mas do legislativo e executivo, por se tratar de uma categoria estratégica de mobilização e bastante politizada nas manifestações. Isso fere o nosso direito de greve, que é constitucional. Um exemplo aconteceu em São Paulo, onde a Justiça concedeu uma liminar fixando R$ 5 milhões por hora de paralisação. Isso é absurdo e inaceitável", reclama o dirigente.

A CNTTL tomará todas as providências cabíveis nos órgãos competentes para preservar o direito constitucional à greve, formalizando denúncia  à Organização Internacional do Trabalho (OIT)  e no próprio judiciário. 

 

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