A primeira rodada de negociação da Campanha Salarial dos Aeroviários e Aeronautas da base da FENTAC/CUT realizada nesta quinta-feira (27), no Hotel Transamérica, em São Paulo, com as empresas aéreas foi considerada “frustrante” na avaliação dos dirigentes dos sindicatos filiados.
O clima acirrou quando o novo presidente do Sindicato das Empresas Aéreas (SNEA), Ronaldo Bento Trad, disse que as reivindicações sobre as cláusulas novas propostas pelos sindicatos “foram rejeitadas” pelas companhias. Outro descontentamento foi sobre o reajuste salarial, o SNEA disse para os sindicalistas não terem nenhuma “expectativa”.
Mau começo
O presidente da FENTAC, Sergio Dias, não gostou da resposta negativa do SNEA e pediu para que a mesa patronal faça uma nova reflexão sobre as cláusulas novas e também se posicione sobre os reajustes nas cláusulas econômicas na próxima rodada, agendada para o dia 3 de novembro.
“Entregamos as nossas pautas em 15 setembro. Pleiteamos o INPC, da nossa base de 1º dezembro, e mais 5% de aumento real. Semana que vem entramos em novembro e é frustrante ouvir das empresas que não têm nenhuma posição sobre a pauta econômica”, relata.
O presidente do Sindigru, Rodrigo Maciel, disse que as empresas ao adotarem essa postura intransigente demonstram que “não têm interesse em negociar “, e isso é preocupante. “ Nossas reivindicações são justas, adequadas e factíveis às necessidades dos trabalhadores em solo. Algumas melhorias são o direito a um auxílio maquiagem para as aeroviárias, já que as empresas exigem um padrão, e um auxílio creche para o aeroviário”, pontua.
Orisson de Melo, diretor da FENTAC e do Sindicato, concorda e destaca que é a postura do SNEA significa um retrocesso. “Não vamos aceitar nenhum direito a menos na nossa Convenção”, frisa.
Cláusulas em vigor nas CCTS
Com relação aos direitos em vigor nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) dos Aeroviários e Aeronautas, o SNEA propôs uma “metodologia” de negociação, ou seja, selecionou um rol de cláusulas de ambas Convenções nas quais os trabalhadores têm interesse em negociar; que empresa e sindicatos querem modificar e os direitos que somente as empresas querem mexer.
Sergio Dias demonstrou “surpresa” com essa nova metodologia e disse que vai esperar a próxima negociação para avaliar o andamento. O SNEA assegurou aos sindicatos que as cláusulas em vigor que não foram citadas nesse rol estão automaticamente validadas.
Comissões Paritárias
Os dirigentes também demonstraram descontentamento sobre a posição do SNEA referente às reivindicações das categorias referentes às Comissões Paritárias, propostas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), na Campanha Salarial de 2015/2016, que visava incluir melhorias em direitos sociais nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs).
No caso dos aeroviários, não houve alteração na melhoria das cláusulas da escala 5X1 e folga agrupada, as empresas apenas sinalizaram a possibilidade de acordo por empresa e no caso dos aeronautas só houve aumento de cinco para sete dos assentos de Passe-Livre, já a cláusula que pleiteava o aumento de folgas para os tripulantes (Período Oposto) foi negada.
O SNEA justificou que as empresas não tiveram “consenso” sobre as propostas dos trabalhadores.
O debate das Comissões Paritárias foi encerrado e agora o Sindicato Patronal e o dos trabalhadores vão ao TST comunicar o desfecho. “Foi decepcionante, fizemos tantas reuniões, ajustamos as nossas propostas e as empresas negaram tudo. Essas melhorias não implicariam em custo para as companhias, é lamentável esse encerramento”, critica Dias.
Calendário de rodadas
A próxima rodada de negociação entre a FENTAC e o SNEA continua, no dia 3 de novembro, às 11h, em São Paulo. Também estão agendadas rodadas para os dias: 9, 17, 24 e 30 de novembro. O horário será, às 11h, em São Paulo. O local será definido.
Principais reivindicações dos Aeroviários de Guarulhos
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