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Campanha Salarial: Aeroviários aprovam 12% de reajuste salarial

Categoria também aprovou estado de greve. Negociação com empresas aéreas acontece no dia 14, em São Paulo

Os aeroviários e aeroviárias no Aeroporto Internacional de Guarulhos definiram em dois turnos de assembleias da Campanha Salarial nesta quinta-feira (7) a contraproposta salarial que será apresentada às empresas aéreas no próximo dia 14.

Os aeroviários  aprovaram a proposta de reajuste salarial de 12% (10,97% de reposição da inflação da data-base, 1º de dezembro, e 0,93% de aumento real), aumento de 15% nos pisos salariais e demais benefícios econômicos e 20% na cesta básica.

Por unanimidade, os trabalhadores rejeitaram a proposta das empresas, apresentada na última rodada em 17 de dezembro de 2015, que não contempla a reposição da inflação (10,97%), não tem ganho real e ainda impõe perdas no poder de compra dos trabalhadores. Até agora foram realizadas cinco rodadas de negociação, iniciadas em outubro de 2015, e as empresas  insistem no discurso do “reajuste salarial zero”.

As reivindicações serão apresentadas pela FENTAC e Sindigru ao Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), na rodada de negociação da Campanha Salarial, no dia (14), que acontecerá na sede da entidade patronal, no Ibirapuera, em São Paulo.

Crescimento da aviação
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC),  divulgados no dia 31 de dezembro de 2015, mostram que o mercado da aviação civil no Brasil continua aquecido e mostra que as empresas aéreas têm condições em avançar em uma proposta de reajuste salarial justa para os trabalhadores.

A demanda doméstica apresentou alta de 5,8% em 2014 na comparação com o mesmo período de 2013 e atingiu o seu maior nível nos últimos dez anos.

    
Redução nos custos

O câmbio é considerado um vilão pelas empresas, no entanto, a indústria da aviação foi um dos setores mais beneficiados pela manutenção da valorização do real nos últimos anos, decorrente do gasto de recursos públicos pelo Banco Central. Um estudo divulgado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) revela que as empresas tiveram uma redução nos custos de 28%.

“As empresas de aviação, desde 2014, se beneficiam da redução mundial do preço do barril de petróleo, que impacta diretamente os custos com QAV (combustível). No entanto, a partir da desvalorização cambial do real, as empresas decidiram penalizar os trabalhadores com demissões e redução salarial”, atesta o técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) na FENTAC, Mahatma Ramos.

Para o presidente da FENTAC, Sergio Dias, diante dos avanços comprovados no setor, os aeronautas e aeroviários  devem ser  reconhecidos. “Não aceitaremos perdas salariais e tampouco demissões”, alerta.

O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru), Rodrigo Maciel, espera que as empresas aéreas tenham bom senso. “Nossa expectativa é que a bancada patronal entenda que os trabalhadores e trabalhadoras trabalham arduamente e devem ser remunerados de acordo com seu esforço”, concluiu.

Estado de greve

Os aeroviários de Guarulhos também aprovaram “estado de greve”, que  tem a finalidade de pressionar as empresas a avançarem nas reivindicações das categorias. Os aeronautas são solidários e poderão aprovar o  movimento na próxima semana.  

 

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