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Frente Parlamentar em Defesa da Mulher de São Paulo é lançada

Objetivo é enfrentar a discriminação e a violência de gênero

Articular ações de combate á violência contra a mulher e pressionar por investimentos para instituição de políticas públicas em defesa da mulher, foram as principais bandeiras de luta reivindicadas no lançamento da Frente Parlamentar Em Defesa da Mulher, sob a coordenação da deputada Beth Sahão, na Assembleia Legislativa na quarta-feira (16). 

Na abertura dos trabalhos a deputada trouxe para a plateia dados de pesquisa que mostram que o Brasil é um dos destaques no ranking mundial de violência contra a mulher. 
Beth citou situações de violência cotidiana e que não podem ser aceitas. “ Em 2013, ocorreram diariamente 37 estupros e as mulheres muitas vezes por vergonha, culpa, falta de informação e acolhimento sofrem caladas,” destacou. 

A coordenadora da Frente elencou também casos de violência doméstica, a rotina de assédio sexual nos sistemas no Metrô e na CPTM e descreveu a dificuldade de aprovar propostas de políticas públicas estaduais em defesa dos interesses das mulheres, por conta da atuação da base de sustentação do governo Alckmin que com frequência obstrui as iniciativas apresentadas.
A parlamentar Leci Brandão fez coro ao protesto contra o bloqueio às propostas que contemplam as demandas populares e lembrou que apenas 14 mulheres integram o Parlamento estadual, do total de s 94 deputados.. 
A iniciativa foi enaltecida também pelo deputado Luiz Fernando Teixeira que se colocou a disposição no combate à violência contra a mulher e reconheceu que para mudança de comportamento machista arraigado na nossa sociedade, a luta tem que ser diária. 
A plateia composta por pesquisadoras, militantes, lideranças, autoridades lotou o auditório que reuniu entre debatedores a professora da USP Elizabete Franco, que já havia participado de discussões sobre a temática no ano passado na Assembleia Legislativa por ocasião da CPI do Trote. 

Integrante da Rede Quem Cala Consente, Elizabete informou que o grupo é composto por cerca de 150 professores da USP e oferece acolhimento às jovens vítimas de violência sexual e de gênero. “É necessário levar este debate a todos os ambientes para mudarmos os padrões de comportamento da nossa sociedade”. 

Na visão da secretária de Políticas Públicas do Trabalho e Autônima Econômica das Mulheres da presidência da República, Tatau Godinho, a frente parlamentar é um importante instrumento de luta contra discriminação contra a mulher e defendeu ações afirmativas para quebrar as barreiras que dificultam a participação da mulher na política. 

Integrou também a mesa de debates a secretaria municipal de políticas para mulheres, da cidade de São Paulo Denise Mota Dau, o secretário adjunto de Direitos Humanos e cidadania da capital paulista Rogério Sottilli e a coordenadora do Núcleo de Mulheres da defensoria Pública do Estado de São Paulo, Ana Paula Meireles, que ressaltou a necessidade de fomentar este debate e fortalecer as estruturas públicas para atender a mulher vítima da violência. “ é importante destacar que a mulher tenha consciência da autonomia e que qualquer relação, seja com namorado ou marido que não tenha sido consentida é uma violência”, alertou a procuradora. 

Fizeram parte também das discussões Sonia Coelho, da Marcha das Margaridas que alertou “ não se faz política com blá, blá, blá, tem que ter recurso orçamento “. A militante denunciou que o depois de anos de cobranças e pressão o governo Alckmin instituiu a coordenação da mulher que é composta pela estrutura de uma pessoa e um telefone. Ainda de acordo com Sonia Coelho, o governo de São Paulo rejeitou a oferta de três ônibus, da unidade móvel do governo federal, que seriam instrumentos para o trabalho de combate à violência contra a mulher nos lugares mais distantes dos centros urbanos. 

Participaram também do evento a presidente nacional do PTB e coordenadora das alas femininas de todos os partidos na campanha nacional por mais mulheres na política Marlene Campos Machado e a integrante da coordenação do núcleo de mulheres do Sindicado dos Químicos, Silvia Maria de Souza. 

O lançamento da frente foi prestigiada também pelas deputadas petistas Marcia Lia e Ana do Carmo.

 

Da Assembleia Permanente 

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