Como em outros atos que os movimentos sociais realizaram neste ano, a defesa da democracia, dos direitos e de políticas públicas também deu o tom do 21º Grito dos Excluídos, nesta segunda-feira (7), em São Paulo.
Na capital paulista, a mobilização reuniu cerca de 10 mil pessoas que, mesmo sob chuva, caminharam desde a Avenida Paulista até o Monumento às Bandeiras, próximo ao Parque do Ibirapuera, com gritos contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A marcha cobrou, ainda, reforma política no país por meio de uma Constituinte exclusiva.
Essas mesmas bandeiras devem estar presentes em um Dia Nacional de Lutas, que a Frente Brasil Popular agendou para o próximo dia 3 de outubro.
O coordenador Estadual da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, lembrou justamente do lançamento dessa frente no último sábado (5), em Belo Horizonte, que reuniu mais de dois mil militantes, e reforçou que o apoio à presidenta da República não é um cheque em branco. “Defendemos Dilma, mas não concordamos com a política de austeridade fiscal que penaliza os trabalhadores e a população de mais baixa renda”, disse.
Para a secretária de Políticas Sociais da CUT São Paulo, Kelly Domingos, o Grito dos Excluídos representa a indignação da população contra figuras que emergem como personagens do retrocesso no país. “Nesse cenário de ajuste fiscal, ainda temos o Cunha, que impõe uma agenda de retirada de direitos com diversas manobras que prejudicam a classe trabalhadora”, aponta.
Representante do Levante Popular da Juventude, Pedro Freitas reforçou que a marcha deste 7 de setembro serviu para lembrar ao governo que já passou da hora de mudar. “Cobramos uma mudança na política econômica porque são os ricos que devem pagar a conta. Não aceitamos os cortes da forma como vem sendo feitos. Queremos maior participação popular, que só acontecerá com reforma política popular, a partir de uma assembleia constituinte”, propôs.
Já o secretário Geral da CUT São Paulo, João Cayres, defendeu que ajustes mesmo devem ocorrer na forma como o Estado tributa a população. “É preciso fazer um ajuste fiscal junto aos bancos, garantir um imposto territorial rural coerente e regulamentar o imposto sobre grandes fortunas. Este é passo que esperamos do governo”, disse.
Da CUT/SP
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