Com faixas, cartazes e com o grito de guerra, “Descaso do patrão é avião no chão”, os aeroviários de Guarulhos aderiram à greve das 6h às 7h da manhã desta quinta-feira (22) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, GRU Airport, maior em transporte de passageiros e cargas da América do Sul.
O protesto com paralisação aconteceu na entrada de funcionários, próxima ao Terminal 2, setor de embarque, e foi organizado pelo Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru/CUT) filiado à Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC).
Um grupo de aeronautas (comissários, pilotos, co-pilotos de várias companhias aéreas) também aderiu à paralisação de uma hora.
O presidente Sindigru e diretor da FENTAC, Orisson Melo, começou o ato alertando aos trabalhadores que “essa é a hora de mostrar às aéreas a unidade dos trabalhadores". "A paralisação dos trabalhadores foi vitoriosa. Se não houver uma contraproposta das aéreas que atenda as expectativas das categorias, a greve vai continuar", ressaltou.
Os trabalhadores cruzaram os braços em protesto a proposta de reajuste salarial de 6,5%, ou seja, 0,16% de ganho real nos salários, apresentada pelo Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), que representa as empresas TAM, Gol, Avianca e Azul.
Os aeroviários e aeronautas, que estão em Campanha Salarial, reivindicam 8,5% de reajuste salarial, a aplicação desta índice nos benefícios e melhores condições de trabalho.
Apoio e atrasos nos voos
O movimento contou com o apoio dos aeroviários nas empresas auxiliares do aeroporto. “Essa luta também é nossa”, salientou Jorge Dardis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Aeroviários em Empresas Auxiliares de Guarulhos (Sintaag/CUT).
Segundo a assessoria de imprensa da GRU Airport, das 18 partidas programadas para o intervalo entre 6h e 7h, dez tiveram atrasos maiores de 30 minutos.
Em entrevista ao Portal FENTAC, o presidente da Federação, Sergio Dias, que acompanhou a paralisação no Galeão, no Rio de Janeiro, disse que a paralisação dos trabalhadores na aviação civil foi excelente, pois contou com a adesão maciça de todos nos aeroportos do País. “Conseguimos atingir o nosso objetivo que era chamar a atenção das empresas aéreas para o nosso movimento. O resultado foi surpreendente em todas as bases da Federação”, comemora o dirigente.
Impacto em outros aeroportos da base da FENTAC
Segundo informações da grande imprensa, o aeroporto de Congonhas (SP) foi um dos mais afetados pela paralisação, com 23 voos cancelados (26,4%) e 20 atrasados (23%). O Santos Dumont (RJ) registrou 13 voos cancelados (22%) e 15 atrasados (25,4%) até as 11h da manhã. No Galeão (RJ), houve registro de um cancelamento e atraso em 12 voos. O aeroporto de Viracopos (SP) registrou (19,4%). Até o momento, os aeroportos com mais reflexos da greve, segundo a Infraero, são Altamira (PA), com 66,7% dos voos atrasados, Porto Alegre (RS) com 55%, Joinville (SC) e Imperatriz (MA), ambos com 33,3%.
Assembleias com as categorias e conciliação
Logo mais, às 15h, os sindicatos filiados farão assembleias com os trabalhadores para decidir pela continuidade do movimento grevista ou pela suspensão temporária. As assembleias dos aeronautas acontecerão em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campinas e Belém. Os aeroviários também farão consultas às bases em Guarulhos, Campinas, Recife, Porto Alegre e nos 22 estados da base do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA).
Uma audiência de conciliação para retomar as negociações da Campanha Salarial está agendada para sexta-feira (23), às 14h, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, entre o SNEA, a FENTAC/CUT e os sindicatos filiados. “A nossa luta não é só por ganho real nos salários, mas por qualidade de vida e melhores condições de trabalho. Esperamos que as aéreas atendam às reivindicações dos trabalhadores na aviação que estão insatisfeitos com essa atual situação”, disse o presidente da FENTAC, o aeronauta, comissário de voo na Gol, Sérgio Dias.
Da Redação do Sindigru e FENTAC (Vanessa Barboza e Viviane Barbosa)
Adicionar Comentários