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Campanha Salarial: SNEA mantém proposta sem avanços aos aeronautas e aeroviários

FENTAC/CUT e os Sindicatos filiados avisaram que os trabalhadores vão responder à altura para as empresas aéreas

Terminou sem avanço  a quarta rodada de negociação da Campanha Salarial da FENTAC/CUT  com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) ocorrida na quinta-feira (4) na sede do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA/CUT), em Congonhas, São Paulo.

As empresas mantiveram o mesmo discurso: sem avanços nas pautas  de revindicações dos trabalhadores aeroviários e aeronautas.  O SNEA manteve a proposta econômica de reajuste salarial de  6,33%, ou seja, apenas a reposição integral da inflação da data base das categorias, 1º de dezembro, calculada pelo INPC do IBGE . Os trabalhadores reivindicam 11% de aumento salarial e aplicação deste índice nos demais itens econômicos.

Para o presidente da FENTAC/CUT, Sérgio Dias, a postura das companhias aéreas é  lamentável. “Todos nós temos acessos aos dados, que não correspondem em nada à realidade das empresas. Os números depõem contra a bancada patronal, pois houve avanços no setor nos últimos tempos.  Eles remuneram os acionistas e nós trabalhadores sempre  ficamos  em segundo plano. Não vamos aceitar isso”, pontuou Dias.

Luta pelo aumento real  

Há três anos, os aeronautas e aeroviários não têm aumento real. Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse), 93% das negociações acompanhadas pelo órgão tiveram ganho real. A aviação, que é um dos maiores setores da economia, está entre os 7% que não conseguem avanços salariais. 

“Entregamos a pauta com tempo o suficiente para as empresas analisarem. O fruto dessa discussão poderia ter sido outro. Quando o trabalhador souber o que foi colocado, ele vai saber dar a resposta. Isso é inaceitável. Nos três últimos anos, as empresas nos mantêm no mesmo patamar, estamos no limite”, salienta Dias. 

 Setor em alta

“Esse ano a demanda da aviação cresceu 5,5%, a produtividade teve avanço de 6,3%  e os trabalhadores não tiveram retorno. A aviação é  um dos únicos setores da economia que mais crescem, ficando atrás apenas do financeiro. As empresas aéreas têm condições de dar um aumento real digno”,  esclareceu o sociólogo e  técnico do Diesse da FENTACMahatma Ramos.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA/CUT),  Luiz  da Rocha Cardoso Pará, apresentou um levantamento que mostra que em 10 anos, a aviação brasileira cresceu 213%. “Não dá pra ouvir que as empresas não têm condições de melhorar os salários, os números comprovam um cenário completamente diferente”, reforçou.

Retroativo

Em relação à retroatividade, já que a data base das categorias venceu em 1º de dezembro, a bancada patronal se mostrou disposta a rever a questão.Na rodada anterior, as empresas propuseram fazer valer o novo acordo a partir da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Próxima rodada

As negociações entre o SNEA e a FENTAC/CUT continuam no dia 18 de dezembro (quinta-feira), às 10h, na sede do sindicato patronal, no bairro do Ibirapuera, em São Paulo.

Dia 22
A Federação prepara uma grande ação para o dia 22 de novembro. A entidade publicou em site uma "bomba relógio" com a data e uma arte que mostra o perfil de uma pessoa em formato de interrogação. "Mobilizaremos toda a nossa base para esta data. O formato será uma surpresa, aguardem", informa Dias.

Em campanha

A data-base das categorias é 1º de dezembro e estão em campanha cerca de 70 mil aeronautas e aeroviários em todo o País. A base da Federação é representada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA/CUT), pelos Sindicatos regionais dos Aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Campinas, Recife e pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA/CUT), que representa 22 estados.

Hotsite da Campanha

Os slogans da Campanha Salarial da FENTAC são “Desafio a empresa a me valorizar” e “Chega de Ganhar Mal, Queremos mais Direitos e Ganho real”. A entidade fez um hotsite(www.aeronautaseaeroviarios.com.br) que traz informações sobre a aviação civil no Brasil, no mundo, comparativos dos salários nos últimos anos, perfil das categorias, receita das companhias aéreas e imagens da repercussão da Campanha nos aeroportos de todo o Brasil.

Reivindicações das categorias

Aeroviários 

– Reposição da Inflação com aumento real de 11%;
– Reajustes nos pisos salariais de 11% para: auxiliares de serviços gerais e de manutenção de aeronaves; agente de proteção; operador de equipamento; mecânico de manutenção de aeronaves e despachante/agente de check-in/aeroporto;
– Criação de piso para agente de Check-in;
– Vale refeição R$ 16,65 para os aeroviários com jornada de trabalho de até 6 horas, e de R$ 22,71 para os demais;
-Seguro de vida: total ou parcial, no valor de R$ 20.000,00;
– Fornecimento de cosméticos quando exigido;
– Cesta básica de R$ 326,67;
– Jornada de trabalho de 36 horas semanais, exceto para os aeroviários que laborem em funções administrativas, que neste caso será de 40 horas semanais;
– Creche e/ou escola de educação infantil para filhos de aeroviários e aeroviárias.

Aeronautas

– Reajuste de todos os itens econômicos (salários, diárias, pisos, vale alimentação e seguro): 11%
– Alteração da cláusula da Compensação Orgânica;
– Definição de valores para as diárias internacionais;
–  Fim do teto para ganho do vale-alimentação;
– Pagamento em caso de jornadas semanais maiores que 44 horas;
– Um dia ou período para atividades relacionadas ao uniforme do aeronauta;
– Aumento do Período Oposto para 6 dias consecutivos;
– Fim do limite de 5 aeronautas no Passe Livre;
– Novo número mínimo de folgas mensais;
– Limitação das madrugadas consecutivas;
– Remuneração das horas de solo;
– Plano de previdência privada.

Da Redação FENTAC 

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