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Demissões LATAM: Sindigru protocola denúncia ao MPT e empresa terá reunião com o Sindicato no dia 2 de abril

O Sindigru também está organizando, junto aos funcionários demitidos, um ato público para denunciar a forma desumana que a LATAM realizou as demissões

O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru) já entrou com pedido de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT) por conta das cerca de 40 demissões  arbitrárias  de funcionários do atendimento ao passageiro da LATAM, ocorridas  no dia 21 de março, no Aeroporto Internacional de São Paulo – GRU Airport.

Está agendada para o dia 2 de abril, terça-feira, uma reunião entre o Sindicato e a empresa para tratar esse assunto. Nesta segunda-feira (25) foi realizado um protesto no aeroporto no qual o Sindigru deu a orientação jurídica para os trabalhadores demitidos e entrou com pedido na Justiça para reverter às demissões por justa causa.

Os trabalhadores também registraram Boletins de Ocorrência por conta da gravidade das acusações feitas pela LATAM.

Ato público e transparência

O Sindicato também está organizando, junto aos funcionários demitidos, um ato público para denunciar a forma desumana que a LATAM realizou as demissões, levantando acusações indevidas de fraude. Os trabalhadores alegam inocência e se sentem vítimas de uma armação.  

O Sindigru também exige transparência da empresa para entender como foi a “suposta” investigação que alegou fraude na emissão de passagens. “Coagir os trabalhadores dentro de uma sala fechada é extremamente cruel e irregular, pois a LATAM não apresentou provas. Agora contamos com o suporte do MPT”, destaca a direção.

O Sindicato alerta também que doenças ocupacionais poderão ocorrer por conta da crueldade da empresa “Muitos trabalhadores que nos procuraram ficaram em estado de choque. Eles foram coagidos de forma perversa, pressionados a assinar um documento de demissão por justa causa, sem provas. A palavra que definiu o sentimento deles é humilhação. Isso é extremamente grave e desumano”, enfatiza a direção do Sindigru.

Entenda o caso

Na última quinta-feira (21), o Sindigru recebeu uma grave denúncia de que os trabalhadores dos setores de atendimento e check-in no Aeroporto foram surpreendidos com demissões de forma arbitrária e desumana pela LATAM.

Segundo o Sindicato, a empresa demitiu de uma vez só 40 funcionários e funcionárias na quinta-feira (21) por justa causa, alegando que eles teriam praticado fraude na emissão de passagens, ou seja, teriam alterado o destino das passagens de alguns clientes, sem prévia autorização. Há rumores dentro da empresa de que o número de demitidos poderá ser ainda maior. 

Para o diretor do Sindigru, Vitor Castro, essa acusação da Latam é infundada. “Os trabalhadores do check-in sequer têm acesso a troca de destino das passagens, mas sim, o supervisor, que não foi demitido”, conta.  

Outro ponto que Vitor destaca é que os funcionários do atendimento ao passageiro conseguem apenas alterar o horário e a data da passagem, mas não o destino.  

Na opinião do Sindicato, as supostas fraudes podem estar atreladas a falhas no novo sistema de emissão de passagens, que foi implementado pela LATAM há cerca de oito meses. 

"Os trabalhadores não tiveram treinamento adequado para operá-lo e o sistema anterior não há registros de fraudes desse tipo", informa o dirigente.

Demissões sem provas

“Me acusaram de roubo! Fiquei em choque, cheguei a me ajoelhar para a supervisora e disse: tenho um filho de 5 anos, em nome de meu filho, jamais faria isso”, disse uma funcionária chorando em áudio enviado ao Sindicato.

Outra trabalhadora demitida disse que recebeu uma ligação do Check-in e foi convocada para uma “entrevista de segurança”. 

Ao chegar foi surpreendida por acusações de roubo. Ela pediu as provas, mas os representantes da empresa disseram que era “informação sigilosa”. A funcionária informa que foi coagida a assinar o documento de demissão por justa causa, mas se recusou e procurou ajuda do Sindigru.

“Muitos trabalhadores ficaram em estado de choque com as acusações infundadas da LATAM, que sequer apresentou provas concretas da suposta fraude”, reforça o Sindicato.  

Para o Sindicato, a empresa está praticando terrorismo psicológico com os trabalhadores. "É preciso fazer uma inspeção rigorosa no sistema antes de acusar pais e mães de família, que jamais iriam alterar destinos das passagens sem autorização. A troco de que eles fariam isso?”, frisa diretor. 

 

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