Passageiros que embarcaram e desembarcam no Aeroporto Internacional de São Paulo, o GRU Airport, na última sexta-feira (22) pararam para assistir um alerta feito por sindicalistas de Guarulhos sobre os impactos da Reforma Trabalhista nos direitos.
Batizada de “Aula Pública” que se tornou um grande ato, dirigentes percorreram os check-ins dos embarques das principais companhias aéreas, com cartazes com fotos dos deputados que traíram a classe trabalhadora e votaram pelo fim dos direitos. A ação também contou com a participação de um grupo de teatro, que fez algumas esquetes para chamar a atenção dos passageiros.
A iniciativa foi da Subsede da CUT/SP em Guarulhos e dos sindicatos filiados de aeroviários, aeroportuários, condutores, trabalhadores na saúde, construção civil, bancários, entre outros setores.
Esquete no aeroporto – foto: Dino Santos
Não existe modernização, nova Lei é uma farsa
Durante o ato, o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru) e dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (FENTAC), Rodrigo Maciel, destacou que a reforma trabalhista é uma farsa.
“Não existe modernização nas leis trabalhistas quando se retiram direitos. Modernizar é dialogar melhorias. Dos 922 artigos que a CLT tem apenas 510 falam dos direitos do trabalho, os outros 412 falam dos direitos regulatórios. Desses 510, apenas 72 não foram alterados, ou seja, ao longo da história teve atualização das leis trabalhistas, então CLT não é ultrapassada. O que está sendo proposto pelo governo Michel Temer e sua base aliada no Congresso é um massacre aos trabalhadores”, alerta.
Presidente do Sindigru, Rodrigo Maciel
O deputado Alencar Santana (PT-GRU) reforçou que Temer não aprovou nenhuma lei de interesse da população. “Esse governo só aprovou leis que retiram direitos, agravaram a crise econômica no país e que condenam o Brasil hoje e amanhã, como a PEC do Fim do mundo, a terceirização e o desmonte da CLT. Mudam a lei para prejudicar o elo mais fraco na relação de trabalho, o trabalhador, pois quem detém o poder é o patrão”, acrescenta.
Deputado e parceiro do Sindigru, Alencar Santana
Precarização do trabalho e futuro do país
Já o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, alertou que o fim das garantias previstas na CLT vai gerar a precarização do trabalho. “Os trabalhadores não terão condições físicas e psicologias para trabalhar por conta das longas jornadas que estão por vir, no caso da aviação, vai afetar a segurança de voo, já que os trabalhadores terão cargas maiores e cansativas. É importante lembrar que no céu não tem acostamento”, frisou.
Presidente da CUT, Vagner Freitas
O sindicalista reforçou também que a reforma trabalhista vai afetar diretamente a economia e o futuro do país. “Sem carteira assinada, o trabalhador não contribui para a previdência, não contribuindo, ela acaba. Sem carteira assinada o governo não consegue arrecadar e não vai ter investimento em educação, saúde e moradia, o que faz um país crescer. Queremos que o Brasil de certo para todos os brasileiros de todas as classes e temos certeza que essa reforma vai diminuir a nossa chance de ser um país de primeiro mundo e com economia desenvolvida”, finaliza Freitas.
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