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FENTAC e Sindicatos dos Aeroviários lançam boletim “Agora é Estado de Greve: Reajuste Salarial de 4%, aqui não”

Publicação alerta sobre resultado das assembleias e convoca categoria para início da “Operação Trabalhe, Sem Exploração”

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC) e os Sindicatos dos Aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Recife e Nacional  lançaram esta semana o boletim “Agora é Estado de Greve: Reajuste Salarial de 4%, aqui não” para os aeroviários e aeroviários da base.

A publicação informa o resultado das assembleias com a categoria, na qual foi decretado “ estado de greve” por conta do não avanço nas negociações entre a FENTAC e o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) e informa também o início da “Operação Trabalhe, Sem Exploração” , que será realizada em todos os aeroportos da base da Federação.  

A Operação: "Trabalhe, Sem Exploração”  consiste em o aeroviário (a) realizar as tarefas do dia, da sua competência, dentro da respectiva jornada, sem exceder o horário, e não executar tarefas que caracterizem acúmulo de função.  

A ação tem sete eixos: Não faça hora extra e nem mudança de escala; Cumpra a sua jornada de trabalho; Não gaste seu salário com maquiagem para trabalhar; Não colabore com quem não colabora com o seu salário;  Em hipótese nenhuma, dobre a jornada; Não aceite acúmulo de função; Não deixe de fazer o intervalo de descanso e  Use todo o tempo necessário para executar suas tarefa.

Empresas podem avançar

Levantamento da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese) na FENTAC mostra que as empresas aéreas têm condições em construir um espaço para acordo e avanço nas negociações. “Cerca de 82% das receitas do setor são oriundas da venda de passagens, portanto, do resultado operacional e riqueza produzida cotidianamente pelos trabalhadores. Apesar do crescimento nos custos das aéreas de 3,5% no último ano, as receitas registraram expansão de 7,5%. O resultado operacional é fundamental para o resultado financeiro da empresa, portanto, deve-se valorizar a força de trabalho”, salienta o técnico Mahatma Ramos.

O assessor apontou que o maior custo das empresas é com combustíveis e lubrificantes  de aeronave, cerca de 30%, seguido pelos custos com seguro, arrendamento e manutenção de aeronaves (21%); e só depois aparecem os custos com pessoal que representavam, em 2015, cerca de 15% no setor.

 “A força de trabalho é sempre objeto flexibilização e redução de custos. Apenas nos nove primeiros meses de 2016 foram extintos 4.853 postos de trabalho na aviação civil, mais de 5% do total de empregos no setor. Em 2015, encerraram-se 2.791 postos e nos últimos quatro anos registrou-se um saldo negativo de mais quase 7 mil postos de trabalho”, ressalta.

 O técnico explicou também que o volume de passageiros incorporados na aviação nos últimos 10 anos foi de 63 milhões, crescimento de 133%.

 No entanto, no mesmo período, a remuneração dos trabalhadores na aviação registrou crescimento 13 vezes menor, apenas 9,3%. E nos últimos cinco anos, a força de trabalho obteve ganho real de apenas 1%, reforçando a política de achatamento dos salários no setor.

Rodada de negociação

Na quinta-feira (24), será realizada nova rodada de negociação entre a FENTAC e o SNEA e a última rodada acontece no dia 30 de novembro. A Federação e os sindicatos filiados esperam que as empresas mudem a posição intransigente e negociem as pautas dos trabalhadores. 

Caso  não haja avanço nas negociações, os aeroviários poderão aprovar indicativo de greve geral na Assembleia Geral agendada no dia 1º de dezembro.

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