A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) realizou, nos dias 17 e 18, em Assunção, no Paraguai, mais um Encontro da Rede LATAM. A atividade reuniu 50 dirigentes de 17 sindicatos de sete países, onde operam a fusão da chilena LAN com a brasileira TAM – maior empresa aérea da América Latina, que emprega 50 mil profissionais (aeroviários e aeronautas).
Representando os trabalhadores brasileiros, participaram o presidente da FENTAC, Sergio Dias, e os diretores de saúde, Celso Klafke, de comunicação, Erivaldo Dutra, de formação, Diogo Gidean, e de finanças, Orisson Melo.
Durante o Encontro, os sindicalistas brasileiros e latino-americanos debateram ações para combater as práticas de precarização no trabalho feitas em detrimento do lucro pelas empresas aéreas.
“A liberalização e a desregulamentação no setor da aviação, que vêm acontecendo gradativamente nos últimos anos, levaram as companhias aéreas a cortarem custos para se manterem competitivas e lucrativas. E isso tem afetado os direitos dos trabalhadores na aviação civil, que foram conquistados com muitas lutas”, explica Sergio Dias, presidente da FENTAC.
Algumas das medidas aprovadas é a criação de uma mesa permanente de negociação com a LATAM, a fim de melhorar o diálogo e a solução de problemas que afetam o trabalho dos profissionais nos países que a empresa opera. “Os debates foram produtivos e unificamos as nossas lutas em defesa dos trabalhadores na aviação”, conclui Dias.
Confira outras ações aprovados pelos sindicalistas brasileiros e latino-americanos:
Denunciar o aumento do estresse e da fatiga dos trabalhadores de todas as áreas (tripulantes, despachantes, manutenção entre outros), que prejudicam a saúde e isso pode trazer consequências para segurança nos voos.
Combater as "bandeiras de conveniência" na aviação. Essa prática, adotada há mais de 10 anos, permite que a companhia aérea de um determinado país altere sua bandeira registrando a empresa e a aeronave em qualquer país estrangeiro. Ao fazê-lo, pode desfrutar de taxas de registro mais baratas, impostos baixos e tem a liberdade para empregar mão de obra barata – fato que tem atingido os trabalhadores na aviação, com o aumento da precarização no trabalho.
Adotar o sistema de Despacho Remoto (hoje, em alguns países, é necessária a presença de um técnico despachante que faz esse trabalho pelo telefone, não observando as condições reais do aeroporto).
Defender o Sindicato de Trabalhadores no Paraguai de fazer seu trabalho sindical, com autonomia, sem impedimento da empresa, bem como de firmar Contrato Coletivo de Trabalho com o Paraguai e defender o reconhecimento do Contrato de Trabalho Coletivo feito pelo Sindicato dos Trabalhadores no Equador.
Exigir a reintegração urgente ao emprego das companheiras e lideranças sindicais, Jimena López, de Equador e Eiko Murata de Peru, que foram demitidas por participarem de ações em defesa dos direitos dos trabalhadores, uma prática antissindical autoritária, que tem ser combatida e denunciada.
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