A negociação da Campanha Salarial dos aeronautas e aeroviários, representados pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC), será mediada pelo vice-presidente, Ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em audiência nesta sexta-feira (22), às 15h, em Brasília. No total, são 70 mil trabalhadores e a data-base das categorias venceu em 1º de dezembro.
A última negociação, realizada no dia 14 de janeiro, terminou sem acordo. O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (que representa as companhias TAM, Gol, Azul e Avianca) manteve a posição de “reajuste zero nos salários” e apresentou novamente o formato de pagamento de abonos, que se iniciariam em junho e o último em novembro, totalizando o índice de 9%.
No caso dos aeronautas, os abonos seriam aplicados sobre a remuneração do mês anterior e nos aeroviários sobre o salário base. Para os aeroviários que ganham acima de R$ 10 mil, (cerca de 1%) os valores seriam fixos por mês, de junho a novembro. A proposta patronal ainda prevê o reajuste de 11%, a partir de fevereiro, nos vales refeição e alimentação, seguro de vida e diárias nacionais.
Rejeição
Os aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Recife, Campinas e das bases do Sindicato Nacional dos Aeroviários e Aeronautas rejeitaram novamente esse formato de proposta, argumentando que o abono não incorpora aos salários, aos direitos (13º salário, férias, FGTS e aposentadoria) e não repõe as perdas da inflação do período da data-base, calculado pelo INPC, das categorias (1º dezembro, que fechou em 10,97%).
O presidente da FENTAC, Sergio Dias, espera que as empresas aéreas avancem no diálogo e que reconheçam a importância do trabalho dos aeronautas e aeroviários. "É fundamental pelo menos a reposição da inflação da data-base nos salários, que é direito dos trabalhadores. A valorização nos salários é essencial para melhorar a qualidade de vida e de trabalho das categorias", frisa.
Nos últimos quatro anos, enquanto o setor da aviação civil registrou crescimento de 33,9%, os ganhos reais frente ao INPC-IBGE não atingiram 1%. Para os trabalhadores, a proposta de reajuste zero significa abrir mão de mais de uma década de lutas e conquistas.
"Já rejeitamos em assembleias essa última proposta das empresas. Os trabalhadores querem reajuste no mínimo igual ao INPC. As companhias investem grandes quantias em marketing e aeronaves, mas deixam de lado os trabalhadores, que são "a força motriz das empresas", disse Rodrigo Maciel, presidente do Sindigru, que participará da mediação em Brasília.
Estado de greve
Os aeroviários de Guarulhos aprovaram em assembleias realizadas no dia 7 de janeiro “estado de greve”. Já os aeronautas aprovaram em assembleias realizadas no dia 20. Caso as negociações continuem emperradas, as categorias poderão intensificar mobilizações nos aeroportos.
Reivindicações
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 12% (10,97% de reposição da inflação da data-base, 1º de dezembro, e 0,93% de aumento real), aumento de 15% nos pisos salariais e demais benefícios econômicos e 20% na cesta básica.
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