Diretores do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru) que acompanham diariamente as operações de rampa e esteiras constataram que só no período noturno a supervisão disponibiliza apenas seis funcionários para atender o carregamento e descarregamento de 32 voos, contabilizando diariamente mais de 80 contêineres. “Não está certo o trabalhador executar funções sozinho que deveriam ser feitas por mais funcionários. Como exemplo disso, temos as áreas de embarque e desembarque das bagagens dos voos internacionais do Terminal 3. E os números são preocupantes”, diz Rodrigo Maciel, diretor jurídico do Sindigru.
Rodrigo diz que o sindicato constatou junto à GRUAirport que todos os dias são abertos relatórios denunciando a TAM pela falta de funcionários nessas áreas. “Ou seja, a supervisão e a gerência da TAM já estão cientes dessas situações, mas nada fazem para melhorar, a não ser punir os trabalhadores com advertências”.
Até mesmo os funcionários da GRU Airport auxiliam na retirada das bagagens que ficam paradas nas esteiras, senão trava até mesmo o check-in. A GruAirport contabiliza 1.900 bagagens para cada três funcionários da TAM, sem contar que a TAM exige que os funcionários realizem a triagem das bagagens através da leitura de etiquetas pelos scanners, mas não são disponibilizados scanners suficientes, apenas dois para tantos vôos, ou seja, faltam funcionários e materiais de trabalho. “É uma pena que os passageiros não possam ver a situação que ficam suas bagagens, amontoadas irregularmente por falta de funcionários para colocá-las nos contêineres, e as fotos não nos deixam mentir”.
O direção do sindicato espera que a TAM resolva esses problemas o mais breve possível. “O que está acontecendo é uma afronta à dignidade de cada trabalhador, uma falta de respeito com os seus funcionários, pois o Sindigru é contra todo o tipo de escravidão e trabalho forçado”, conclui Rodrigo.
Plano de Saúde
A partir de outubro, o trabalhador terá um plano de saúde com mensalidade 100% custeada pela TAM. O Grupo LATAM negociou com as operadoras de convênios médicos um plano que diferencia um trabalhador do outro de acordo com o seu cargo o que para o sindicato gera discriminação. “Para a TAM a renda de cada trabalhador esta sendo o fator determinante de sua categoria no plano de saúde.
Por que a empresa esta tendo essa postura se a mensalidade para todos será 100% custeada por ela? É certo um trabalhador de rampa ter um convênio inferior ao de 11 diretores executivos que tiveram suas remunerações aumentadas em 32%, gastando assim R$ 25,3 milhões de reais?”, questiona Rodrigo.
Rodrigo ainda afirma: “nós do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos somos contra qualquer tipo de discriminação e vamos expor essa situação, pois há denúncias de pessoas que estavam se tratando com o atual convênio e a TAM deixou bem claro que não honrará com o tratamento até o final. Conforme a constituição federal todos somos iguais perante a Lei, e neste caso todos somos AEROVIÁRIOS seja o trabalhador de rampa, check-in, limpeza ou mecânica. Diante dos fatos denunciados ao Sindicato, tomaremos todas as medidas para impedir que atitudes como essas, mais uma vez, atinjam somente a classe trabalhadora, pois crise na aviação não embarca”.
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