Ao som de uma animada banda e de palavras de ordem “Ei, Latam a sua hora vai chegar”, dirigentes dos sindicatos dos aeroviários e aeronautas da base da FENTAC/CUT realizaram na sexta-feira (25) Ato de Lançamento da Campanha Salarial no maior Aeroporto da América Latina, o Internacional de Guarulhos.
Artistas circenses animaram os passageiros e funcionários enquanto as lideranças da aviação de Guarulhos Campinas, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Porto Seguro chamavam atenção nos Check-ins da Gol e TAM, maiores companhias aéreas do País, sobre os problemas que atingem os trabalhadores na aviação.
“A terceirização é uma praga que tem acarretado demissão em massa. Em Campinas, a Latam, fusão da TAM e LAN, terceirizou todo o check-in, mandou embora todo mundo e contratou uma empresa terceirizada para pagar salários e direitos inferiores à nossa Convenção Convenção Coletiva de Trabalho. Não admitimos isso com os trabalhadores brasileiros”, ressaltou Nilton Mota, diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística da CUT (CNTTL).
Rodrigo Maciel, futuro presidente do Sindigru, falou sobre as ameaças de demissões na GoL, no Aeroporto de Guarulhos. “Recebemos denúncias de que há uma previsão de 30% de redução no quadro de funcionários. O quadro na Gol já é reduzido, tem excesso de jornada diariamente. O regime escravocrata vai retornar nesse país?”, questiona o sindicalista, que é trabalhador na GoL.
Maciel disse que o Sindicato vai mobilizar toda a categoria em repúdio às demissões.
O dirigente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Osvaldo Ávila Rodrigues, enfatizou que os trabalhadores na aviação estão cansados de exploração e cobrarão das empresas aéreas que sejam reconhecidos com aumento decente no salário.
Balcão
O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos e da FENTAC/CUT, Orisson Melo, falou sobre o “padrão de exigência” das empresas aéreas, citando a TAM que exige que as funcionárias usem maquiagem e fiquem impecáveis no atendimento e não dá “um real” para elas, que gastam do próprio bolso.
“Sou mecânico de manutenção na TAM há 27 anos e fico estarrecido com a ganância das empresas que só visam o lucro pelo lucro. Exigimos respeito a esses funcionários que garantem a segurança do voo dos senhores e senhoras. Vamos continuar na luta para defender os trabalhadores que estão atrás do balcão”, frisa.
Crise não embarca na aviação
Segundo o presidente da Federação, Sergio dias, a crise econômica que atingiu alguns setores não embarcou na aviação. "Neste ano negociaremos as questões econômicas, nossa reivindicação é o reajuste salarial de 15% e 20% nos pisos salariais e nos vales-alimentação e refeição. “Crise não embarcou na aviação. Se tiver que fazer greve para garantir nosso aumento salarial, nós faremos”, avisa.
As reivindicações das categorias foram protocoladas, no dia 23, para o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), que representa as companhias TAM, Gol, Avianca e Azul. A Federação também entregou pauta para o Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA).
A primeira rodada com o SNEA acontecerá, no dia 21 de outubro, na sede da entidade patronal, no Ibirapuera, em São Paulo. Dias informa que novos protestos serão realizados durante a Campanha nos Aeroportos.
Campanha
A data-base das categorias é 1º de dezembro e estão em Campanha cerca 70 mil trabalhadores em todo o País.
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