O ex-presidente Lula pressionou o governo de São Paulo ao defender na terça-feira (11) a readmissão dos 42 metroviários demitidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), após paralisação de cinco dias do metrô. (Montagem: Brasil 247)
Ex-dirigente sindical, o ex-presidente disse que a greve é uma conquista democrática e afirmou que a demissão poderá ser revertida se houver maturidade: “A dispensa pode ser revista se houver maturidade tanto dos trabalhadores quanto do governador para conversar. Muitas vezes as decisões tomadas de forma intempestiva em um momento mais grave, em um momento de exaltação, podem ser resolvidas daqui alguns dias. Pela minha experiência, penso que não há interesse nenhum do governador de deixar 42 trabalhadores fora”, disse Lula, após participar do Fórum Empresarial América Latina e Caribe organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura de São Paulo.
No entanto, ele também cobrou responsabilidade dos metroviários. “Eles também têm de saber que existe limite para fazer as coisas. Então o direito democrático de um não pode impedir o direito democrático de outro”, afirmou.
O presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres Júnior, voltou a ameaçar a retomada da greve nesta quinta-feira. "Fazer greve no dia da Copa é ruim. Não é o que queremos, a não ser que sejamos empurrados para isso. Está nas mãos do governo."
Em contrapartida, o governador tucano afirma que já preparou lista com mais 300 demissões em caso de problemas. “Nós teremos tanto o Metrô quanto a CPTM”, garantiu Alckmin. Ele voltou a ressaltar que as dispensas não serão revistas por questões de “abusos”. “Nenhum grevista foi demitido. As demissões ocorridas foram em razão de outros fatos graves, como invasão de estação, depredação, vandalismo”, afirmou.
Lideranças sindicais também defendem readmissão
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o objetivo do governo é usar os metroviários como exemplo para intimidar greves de outros servidores estaduais. “O que houve aqui é inominável. O governo aceitou a composição da mesa de negociação e depois reafirmou a decisão da Justiça do Trabalho. O governo quer o quê? Criminalizar os trabalhadores?”, questionou.
Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, a posição do governo de não rever as demissões pode prejudicar a população de São Paulo. “Para nós é lamentável não haver acordo. Faltou um pouco de bom senso ao governo paulista.”
José Maria de Almeida, o Zé Maria, presidente da CSP-Conlutas, manifestou apoio de todas as centrais presentes ao encontro à greve dos metroviários. "Nós vamos para a assembleia da categoria assumir a responsabilidade e o apoio à greve. E vamos pedir uma audiência com o governador para perguntar a ele por que não se pode dar uma solução a este impasse."
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, também presente ao encontro, criticou a posição do governo estadual. “É lamentável a falta de sensibilidade do governo Alckmin”, disse.
Com informações do Brasil 247 e Rede Brasil Atual
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