Dirigentes dos sindicatos de aeroviários do Brasil, filiados à CUT, e do Grupo Latam (empresa criada a partir da fusão das companhias TAM e LAN) da América do Sul anunciaram que farão protestos e paralisações antes e durante a Copa do Mundo, caso as companhias aéreas não avancem na pauta de reivindicações dos trabalhadores. A decisão foi aprovada em reunião na segunda (12), organizada pelas Federações Internacional dos Trabalhadores em Transporte (ITF) e Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (FENTAC/CUT), no Rio de Janeiro. Participaram sindicalistas do Brasil, Argentina, Chile, Equador, Peru, Colômbia e Paraguai.
A Campanha Salarial dos Aeroviários da CUT (responsáveis pelo check-in, manutenção de aeronaves na pista, carregamento, descarregamento e limpeza de aeronaves) está indefinida desde o ano passado. A data-base da categoria é 1º de dezembro e até agora os trabalhadores estão descobertos de seus direitos em razão da truculência das companhias aéreas que se recusam em avançar na melhoria dos direitos sociais e em conceder um aumento real nos salários. “Já realizamos diversas negociações com a bancada patronal das empresas, mas tem prevalecido a passividade e a falta de sensibilidade com os aeroviários que desempenham um papel estratégico no Aeroporto”, explica o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (SINDIGRU/CUT) e diretor administrativo da FENTAC/CUT, Orisson Melo.
No total, estão em Campanha Salarial na base da FENTAC/CUT, mais de 50 mil aeroviários dos aeroportos de Guarulhos, Porto Alegre, Campinas, Recife e das bases do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA/CUT).
Empresas auxiliares
Durante a reunião, Orisson compartilhou com os companheiros a tentativa das empresas auxiliares no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport) de ampliar ilegalmente a jornada de trabalho dos aeroviários de 6h para 8h. “Os trabalhadores responderam com greve e manifestações. Sob pressão, as empresas voltaram atrás sobre a mudança na jornada, respeitando a Lei 1232 de 1962, que regulamenta a nossa profissão de aeroviário, estabelecendo que a carga horária na pista é de 6 horas”, explicou.
Além disso, o sindicalista falou da tentativa frustrada das empresas em tentar prestigiar o Sindicato Pirata (Sinteata) rejeitado pelos trabalhadores. A mudança na jornada foi articulada por este sindicato fantasma para beneficiar os interesses das empresas, prejudicando assim os trabalhadores.
Apoio à luta dos aeroviários peruanos
Também durante o encontro, os sindicalistas brasileiros e latino-americanos definiram ações de apoio e solidariedade aos trabalhadores do Grupo Latam, no Peru. A companhia tem privilegiado sindicatos pelegos (que não tem compromisso com o trabalhador, mas com o patrão) para negociar os direitos, o que tem dificultado as ações dos sindicatos que defendem os aeroviários. “Vamos realizar manifestações em todo o continente para defender os trabalhadores peruanos”, alerta o presidente do SINDIGRU/CUT.
Adicionar Comentários