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Para as passagens, aumento de 56%; para os trabalhadores, apenas 3%

Em reunião realizada na última quarta-feira (30/11), véspera da data-base de aeronautas e aeroviários, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) repetiu o discurso de que o setor aéreo está em crise e afirmou que as empresas não aceitam mudar sua proposta, que prevê reajuste salarial de 3% e reajuste igual à inflação para os pisos.

A proposta já foi rejeitada pelos aeroviários e aeronautas em assembleias convocadas pelos sindicatos cutistas, nos últimos dias, em todas as bases do país. A posição dos trabalhadores foi apresentada às empresas, formalmente, antes da reunião.

Visando um avanço nas negociações, as categorias reduziram o índice de reajuste salarial reivindicado de 13% para 10%. Os aeroviários aceitaram reduzir o índice sobre os pisos, de 20% para 14%; e os aeronautas o das diárias, de 20% para 14%.

Os trabalhadores também aprovaram o estado de greve, que significa uma autorização para os sindicatos de trabalhadores deflagrarem paralisações a qualquer momento.

 

Na reunião, o negociador das companhias aéreas, Odilon Junqueira, tentou vender um cenário de crise no setor. A análise pessimista do SNEA foi refutada pelos representantes dos trabalhadores. Eles ressaltaram que os balanços das companhias aéreas não refletem no caixa das empresas, apenas na previsão do endividamento (que aumentou em função da valorização do dólar em relação ao real), mas não no setor aéreo brasileiro, que foi campeão de crescimento no mundo.

Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, ponderou que, diante dos 56% de aumento acumulado no ano nas tarifas aéreas, é inaceitável que as empresas não garantam um aumento real nos salários dos funcionários. Além disso, segundo ela, as empresas estão apostando no confronto com os trabalhadores para maquiar a causa dos problemas que venham a ocorrer na alta temporada, ocasionados pela ineficiência das empresas, não pela campanha salarial das categorias.

A diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas Graziella Baggio destacou que a proposta das empresas de reajuste de 3% é menor que um centésimo do aumento nas tarifas aéreas praticado pelas companhias e que os trabalhadores irão se mobilizar por um reajuste justo.

 

Para Celso Klafke, presidente da Fentac/CUT e do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, a proposta de 3% é uma provocação. “As empresas estão apostando no conflito, pois nenhum dos dados econômicos apresentados pelos trabalhadores foi contestado por eles”, afirmou.

Diante da afirmação do SNEA de que as empresas não aceitam alterar sua proposta, apesar da boa vontade dos trabalhadores reduzindo os índices reivindicados, a reunião prevista para o dia 7 de dezembro foi cancelada. Para os sindicalistas, o momento agora é de preparação da greve no setor. (Fotos: Henrique Lessa/APN)

 
Avançam as negociações com as empresas de Táxi Aéreo

Em reunião realizada nesta manhã (30/11), na sede da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT), no Rio de Janeiro, o Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA) apresentou uma nova contraproposta aos trabalhadores, oferecendo 5% de reajuste para todos as cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho e 13% para os pisos salariais.

Os sindicatos cutistas de aeroviários, o Sindicato Nacional dos Aeronautas e a Fentac/CUT avaliaram que a nova posição do SNETA representa um avanço nas negociações. A percepção dos sindicalistas é de que as empresas estão mais sensíveis à demanda dos trabalhadores. As entidades sindicais esperam que as negociações progridam rapidamente e irão levar a nova proposta para deliberação dos aeroviários e aeronautas que atuam no Táxi Aéreo, em assembleias que serão convocadas nos próximos dias.

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